E não dá para saber se foi mesmo Deus quem deu o vitiligo, ou se foi a genética, ou um trauma.
Não dá para mastigar ou corroer o que você é, nem culpar ou responsabilizar ninguém pelo que você tem.
Não importa sua crença, e acredite em mim, minha crença é altíssima.
Mas crer e culpar são coisas tão distintas e tão distantes umas das outras que nem sei com o que comparar.
Não importa sua religião, não existe pagamento, o vitiligo não é uma retaliação de nada contra ninguém.
Para mim, o vitiligo simplesmente é. Faz parte de mim, veio com o pacote de coisas boas e coisas ruins que fazem da gente ser-humano.
É um obstáculo – às vezes. É uma escola, muitas outras. É uma distinção e é um aprendizado. É chato, e as vezes irrelevante. É a coisa mais feia em mim, e as vezes é tudo que eu tenho de charmoso.
O que sei, depois de tantos anos com vitiligo é que ele é parte do que eu sou…como minha altura, meu gênio, meu dia de nascimento… e o que sei é que o que eu faço com o fato de ter vitiligo é que me deixa mais feliz ou mais triste.
Na minha vida, Deus entra como conforto, como força, como fé. Não acredito em castigo.
Se Deus ou a vida me deram o vitiligo, ganhei junto coragem, amigos, amores, família, conquistas…
Na vida nada tem um lado apenas e tudo tem ao menos duas cores.
Se você tiver paciência vai entender que outras cores são muito mais importantes do que as da sua pele.
Se aceite, se compreenda e entenda as limitações dos outros. Somos todos imperfeitos, não se engane
